Quanto abordamos o tema Reserva financeira Familiar, devemos atrelar uma visão mais macro ao negócio, considerando toda a estrutura do orçamento familiar.
Embora a lógica seja simples (gastar menos do que se ganha), quando tratamos de Reserva Financeira Familiar, muitos chefes de família, entram na sabatina de pagamento das despesas do período e deixam de considerar esse fator tão importante para a sustentabilidade do orçamento.
Muitas pessoas seguem a filosofia de: receber a receita do período, pagar as contas e o que sobrar, guardar ou gastar com coisas não essenciais.
Vamos quebrar esse paradigma agora, junto com você! A ordem correta ideal é: Receber as receitas, separar o orçamento destinados a(s) reserva(s) e só então, fazer o pagamento das despesas do mês.
Outra forma de lidar com a Reserva Financeira Familiar, é fixar um valor para a reserva e considerá-lo como uma despesa mensal, desta forma você compromete parte do seu orçamento para o mesmo fim, cria uma “obrigação” dentro das despesas e ainda facilita o controle.
Os brasileiros, de uma maneira geral e estatisticamente falando, são imediatistas, ou seja, queremos alcançar o resultado de forma rápida (imediatamente) e com pouco esforço. Isso vai além dos aspectos financeiros.
Por exemplo, algumas pessoas começam a praticar atividades físicas com frequência e em poucos dias já querem ver um resultado de emagrecimento ou ganho de massa muscular, enfim…
Isso não existe! Para essas e outras situações da vida humana, o resultado vem no médio e muitas vezes, no longo prazo. Mas para que esses resultados sejam alcançados, é necessário trabalhar O HOJE, seja em uma atividade física, na sua vida financeira, em relacionamentos ou tantas outras condições que precisam de tempo para refletir os resultados.
É exatamente por esta cultura enraizada em nós, que a maioria dos brasileiros são obrigados a trabalhar mesmo após se aposentar, pois a previdência social não é suficiente para cobrir todas as despesas da família, assim como, uma grande maioria se endivida no meio desse caminho.
Como dito anteriormente, essa cultura está enraizada em nós e ela começa desde a infância, pois os pais, às vezes por falta de tempo devido à rotina ultra corrida, não tem o hábito de falar sobre esse assunto com seus filhos. Bem como as escolas, tanto particulares quanto da rede pública, não difundem esse tema com os seus alunos.
Isso faz com que as crianças cresçam e não se interessem por dinheiro, logo, deixam de dar o devido valor do que recebem gratuitamente, pois não conhecem o esforço desprendido de seus pais ou responsável legal para trazer a melhor condição possível para elas.
Entretanto, a Educação Financeira é algo que precisa ser planejado e plantado hoje para ser colhido num futuro próximo. Isso é perfeitamente viável por meio de políticas públicas voltadas para a educação financeira de modo específico e abrangente, ou inserindo este assunto como uma disciplina escolar desde as primeiras séries, promovendo eventos de Educação Financeira Familiar nas instituições públicas e privadas, traçando metas para reduzir a inadimplência no país, entre outros muito esforços que podem ser aplicados pelo governo em todas as suas esferas e pela iniciativa privada.
Pois bem, voltando a falar sobre as Reservas financeiras, podemos introduzir 3 instâncias a serem alimentadas:
Reserva de curto prazo: Também chamada de reserva de emergência, podemos considerar como a mais importe das reservas financeiras pois ela é a base para as demais e a primeira da ordem lógica.
Esse recurso serve para cobrir despesas de emergências e imediatas que estão fora do planejado no orçamento, como o conserto de um carro, manutenção predial, uma despesa médica fora da rotina, entre outros.
Dessa maneira, quando houver ocorrências nesse sentido, não haverá a necessidade de desprender valores do seu orçamento ou de criar dívidas, como parcelar no cartão de crédito, pois esta reserva irá cobrir integral ou parcialmente.
Reserva de Médio Prazo: Esse recurso é relevante pensando em novas aquisições, como a troca do veículo, aquisição ou reforma de uma residência, capital de giro para investir em uma eventual boa oportunidade e tudo isso sem a necessidade da contratação de financiamentos, aos quais incorrem juros compostos (Juros sobre Juros) ou cartas de crédito e consórcios, que possuem as taxas de administração, fundo de reserva da assembleia, etc.
Reserva de longo prazo: Essa é a cereja do bolo! Essa reserva tem estimativa mínima de 10 anos de contribuição e quando chegar ao resgate desse rendimento, certamente você alcançou a tão sonhada independência financeira ou está muito próximo disso.
Chegando a esta etapa, você está consolidando seu orçamento de maneira íntegra, com recursos a disposição em três reservas e ainda mantendo todas as contas em dia.
Basicamente, nesse nível, estamos planejando uma aposentaria, sem depender necessariamente da previdência social (INSS).
Aqui estaremos vislumbrando ou já recebendo uma previdência privada, com o montante podendo ser resgatado de forma única após o tempo de contribuição ou receber parcelas mensais, em muitos casos, vitalícias.
Para alcançar os três níveis de reserva, é necessário ter uma maturidade financeira, psicológica e emocional muito grandes, assim como a disciplina tem um papel muito importante nisso tudo, uma vez que o controle deve ser minucioso e muitas vezes devemos deixar de comprar alguma coisa que queremos naquele momento.
Não se engane, não será fácil e não se alcança esse patamar em pouco tempo, pode levar anos e anos a fio de esforço, mas o que vale realmente a pena é saber que estará tranquilo(a) quando se aposentar e mesmo antes disso acontecer, poderá desfrutar de praticamente tudo aquilo que você considera como sonho, a vantagem é que muitos desses sonhos poderão ser realizados!
Recomendamos que, por meio de aplicativos já disponíveis (muitos são gratuitos), em planilhas ou usando aquela boa e velha caderneta, organize seu orçamento com muito carinho, comece separando um percentual da sua receita para a reserva de emergência até que você alcance um teto. Esse teto vai ser definido por você, naquilo que considerar ideal pela sua qualidade de vida.
Alcançando o teto estabelecido, você já está pronto(a) para o segundo nível de reserva financeira familiar ao qual irá replicar a mesma tática que utilizou no nível anterior.
Agora, quando chegar ao limite colocado, vai estar pronto para a terceira etapa, onde NÃO é necessário colocar um teto, pois tudo que for aplicado no horizonte de longo prazo, servirá como montante da sua aposentadoria, então quanto maior for esse volume, maior será o valor recebido no momento do resgate.
Gostou da matéria? Então fique ligado nessas dicas e compartilhe com seus amigos e familiares, para que seja possível difundir esse assunto com muitas pessoas pelo Brasil e pelo mundo e ainda trazer sustentabilidade financeira ao lar do maior número de famílias possível. Tomamos a liberdade de colocar logo abaixo, uma matéria de fala sobre os aplicativos para educação financeira, Aproveite também!