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Quem é o Grupo Gramado Parks e Seu Ramo de Atuação

Mais Uma Empresa para a Lista das Recuperações Judiciais – Gramado Parks, Emissora de CRIs

A Gramado Parks, conhecida por suas operações no setor de entretenimento e empreendimentos imobiliários, é a mais recente empresa a solicitar recuperação judicial. A Justiça do Rio Grande do Sul acatou o pedido, uma decisão que afeta não apenas a própria empresa, mas também o mercado financeiro, em especial os investidores que possuem Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) emitidos pela companhia em suas carteiras de fundos de investimento imobiliário (FIIs).

Com uma dívida total de R$ 1,36 bilhão, o grupo enfrenta uma crise financeira agravada pelos desafios impostos pela pandemia da Covid-19. O juiz Silvio Viezzer, da Vara Regional Empresarial da Comarca de Caxias do Sul, aceitou o pedido de recuperação judicial de três das quatro empresas que compõem o grupo. Além disso, ele determinou que a securitizadora Fortesec, responsável pela emissão dos CRIs, devolva os recebíveis em até 48 horas, sob pena de multa de R$ 100 mil.

Essa situação levanta questões sobre a segurança dos investimentos em CRIs e os riscos associados, mesmo em ativos tradicionalmente considerados de baixo risco.

Gramado Parks Está em Recuperação Judicial

O Impacto da Recuperação Judicial da Gramado Parks

A recuperação judicial do Grupo Gramado Parks é um reflexo da complexidade econômica enfrentada por muitas empresas no Brasil, especialmente no setor de entretenimento e hospitalidade. Durante a pandemia, esses setores foram fortemente impactados por restrições de mobilidade e medidas de distanciamento social, o que resultou em queda drástica na receita.

O Grupo Gramado, que inclui empresas responsáveis pela venda de multipropriedades (GPV), gestão de rodas-gigantes (ARC Rio), e administração de parques (BPQ), alegou que os efeitos prolongados da pandemia dificultaram sua recuperação. O aumento nos custos da dívida e a dificuldade em manter a operação financeira saudável acabaram por levar a empresa ao pedido de recuperação judicial.

Por outro lado, a empresa GPK, focada em hotéis e incorporações, ficou de fora do processo de recuperação judicial, o que demonstra que nem todas as áreas do grupo foram igualmente afetadas. No entanto, o impacto é significativo para o mercado como um todo, principalmente para os fundos de investimento imobiliário que detêm CRIs emitidos pelo grupo.

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A Disputa Judicial com a Fortesec

Um dos pontos mais delicados desse processo é a disputa judicial entre o Grupo Gramado e a securitizadora Fortesec, que pertence ao Grupo RTSC. A securitizadora foi responsável pela emissão dos CRIs que lastreiam muitos fundos de investimento imobiliário, e a decisão do juiz de impedir a execução das garantias dadas pelas empresas do Grupo Gramado para a emissão desses CRIs adiciona mais tensão ao caso.

Desde março de 2023, essa disputa tem se intensificado, com a Gramado Parks pedindo a suspensão dos pagamentos por 60 dias. A medida foi inicialmente deferida, mas houve um retrocesso quando a proibição de mudanças na estrutura societária da empresa foi derrubada após a atuação indireta da gestora R Capital, também do Grupo RTSC.

Os ativos do grupo Gramado estão vinculados a fundos como Star, Serra Verde e Funpark, cujas cotas pertencem à família Caliari, mas a gestão é feita pela R Capital. Essa estrutura complexa evidencia a necessidade de uma gestão cuidadosa e transparente, além de alertar sobre potenciais conflitos de interesse.

Reflexos no Mercado de CRIs e Fundos Imobiliários

A situação da Gramado Parks lança luz sobre a importância de uma análise criteriosa dos investimentos em CRIs. Tradicionalmente, esses títulos são considerados investimentos de baixo risco, já que possuem lastro em imóveis. No entanto, a crise enfrentada pela Gramado mostra que o risco de inadimplência pode afetar até mesmo esses ativos.

Investidores e gestores de fundos de investimento imobiliário devem ser diligentes na avaliação da saúde financeira das empresas emissoras dos CRIs e na análise da qualidade dos imóveis que lastreiam esses títulos. A situação financeira de uma empresa emissora pode mudar drasticamente, como foi o caso da Gramado Parks, afetando diretamente a capacidade de pagamento e, consequentemente, o retorno dos investidores.

A gestão dos fundos imobiliários deve ser feita com extremo cuidado, sempre buscando proteger os interesses dos cotistas. Conflitos de interesse, como aqueles vistos na relação entre a Gramado Parks e a Fortesec, podem prejudicar o desempenho dos fundos e, por isso, devem ser geridos com transparência e responsabilidade.

O Papel dos Investidores e Gestores de Fundos

Para os investidores, a situação da Gramado Parks serve como um alerta para a importância de se realizar uma análise cuidadosa antes de investir em CRIs ou em fundos que possuem esses títulos em suas carteiras. Embora os CRIs ofereçam uma oportunidade de diversificação, é essencial avaliar não apenas o lastro dos títulos, mas também a solidez financeira das empresas emissoras.

Além disso, os investidores devem estar cientes de que, embora os fundos de investimento imobiliário sejam uma alternativa interessante para diversificar seus portfólios, eles não estão isentos de riscos. A situação de inadimplência de uma empresa emissora de CRIs pode impactar negativamente os rendimentos do fundo, o que reforça a necessidade de uma gestão ativa e diligente dos ativos.

Por outro lado, os gestores de fundos precisam estar atentos aos riscos que podem surgir em suas carteiras, especialmente em relação à solvência das empresas emissoras de CRIs. Uma gestão proativa, que inclua o monitoramento constante das condições financeiras das empresas emissoras, pode ajudar a mitigar esses riscos e proteger o patrimônio dos cotistas.

Conclusão

A recuperação judicial da Gramado Parks e a disputa judicial com a Fortesec evidenciam a importância de uma análise criteriosa e uma gestão diligente dos investimentos em Certificados de Recebíveis Imobiliários e fundos de investimento imobiliário. Embora os CRIs sejam geralmente considerados de baixo risco, os investidores devem estar cientes dos potenciais riscos de inadimplência e da necessidade de avaliar a saúde financeira das empresas emissoras.

Além disso, a gestão dos fundos de investimento imobiliário deve ser transparente e sempre focada na proteção dos interesses dos cotistas. Conflitos de interesse e decisões precipitadas podem impactar significativamente o desempenho do fundo, como demonstra a situação atual da Gramado Parks.

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